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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

POESIA GOIANA
Coordenação: SALOMÃO SOUSA 

 

 

Foto e biografia: https://www.jornalopcao.com.br/

 

 

 

MOEMA DE CASTRO E SILVA OLIVAL

 

Nasceu na cidade de Goiás, no dia 12 de maio de 1932, filha do professor Colemar Natal e Silva e de Genezy de Castro e Silva.
Iniciou os estudos em sua terra natal e fez o curso secundário no Colégio Sacre Coeur de Jesus, no Rio de Janeiro; Filosofia, na Faculdade Santa Úrsula, no Rio de Janeiro; e Filosofia Ciência e Letras, na Universidade de Goiás. Doutora em Letras Clássicas e Vernáculas pela Universidade de São Paulo. Professora de Língua Portuguesa e de Estilística, nos cursos de graduação da Universidade Federal de Goiás, onde se aposentou. Professora de Crítica Literária – Crítica estilística – nos cursos de Mestrado em Letras e Lingüística, curso em que foi fundadora e que coordenou por oito anos. Fundadora e primeira coordenadora do Centro de Estudos Portugueses da Universidade Federal de Goiás. Autora de diversos ensaios críticos publicados nos jornais de Goiânia.
Membro da Academia Brasileira de Filologia, da União Brasileira de Escritores – secção de Goiás, do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, e recebeu a comenda da Ordem do Mérito em grau de comendador, conferida pelo presidente de Portugal, Mário Soares, pela contribuição à divulgação da Língua Portuguesa no Brasil. Foi agraciada com o troféu Tiokô, na área de Crítica Literária, conferido pela UBE-GO, e o prêmio Clara Ramos, da UBE-RJ.
Obras publicadas: Sintagmático na obra literária, 1976; O espaço da crítica – Panorama atual, 1998; GEN – Um sopro na renovação em Goiás: Vozes representativas, 2000; O espaço da crítica II – A crônica: dimensão literária e implicações dialéticas, 2002; Diálogos plurais, 2008.

Moema de Castro e Silva Olival, ocupante da Cadeira
nº 4 na AGL
 

 

 

ANTONIO ALMEIDA

BRITO, Elizabeth Caldeira, org.  Sublimes linguagens.  Goiânia, GO: Kelps, 2015.   244 p.  21,5x32 cm.  Capa e sobrecapa. Projeto gráfico e capa: Victor Marques.  ISBN 978-85-400-1248-6 BRITO, Elizabeth Caldeira, org.  Sublimes linguagens.  Goiânia, GO: Kelps, 2015.   244 p.  21,5x32 cm.  Capa e sobrecapa. Projeto gráfico e capa: Victor Marques.  ISBN 978-85-400-1248-6

Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

 

VULTO ESTELAR

 

Vi a vida refluir
dos olhos queridos que me fitavam.
E da golfada final, do sangue que nas veias estancava,
jorrou, para o meu coração encasulado,
a dor, agora, cristalizada e perene.
Finda um ciclo de vida...
Bela e inteligente mulher.
Inicia-se o da perpétua memória,
costurada nas dobras do tempo.
Vida escrita com o plasma da peleja,
na dignidade do silêncio,
na argamassa das glórias e derrotas.

       Companheira solidária, mãe guerreira,
mestra dedicada, cidadã consciente,
misto de Veneza e Penélope,
soube moldar, no charme da postura régia,
os meneios de garra e amor
a tecer, no tom aguado mas contido de seu ritmo,
a paradoxal "mortalha" da vida.

 

 

 

 

(DES)ABAFO

Alma doída partida,
exangue!
Peça de Ícaro as asas
e no ziguezaguear do sonho,
prenda os elos de amor!

 

       Êmulo da vida!
Arrebanha povos, levanta nações,
Arafar, Bush, Sharon, mitos em distonia
de visão e fé!

Investem em projetos de aguerrida paz.
Amarram seres em fios de esperança,
no acirrar adas armas verbais.

E o reboo dos canhões,
responde ao gume feroz
das palavras rotas pelo desamor!



(DES)ESPERO

Eu via a esperança
no fio da rede
tecendo a luz
do cair da tarde.

Patinha em riste:
— Não serre o verde
de minha alma,
mensageira alada;
— dá-lhes o toque do amor.

Obreira do alento,

        tocaie as sombras
no olho do furacão.

Dissipe os ventos da discórdia,
no leito pedregoso
desta vi(d)a em ebulição.

 

 

 

TSUNAMIS

A onda se formou do nada
veio gigante quebrando
a beleza azul da manhã.

Víbora salgada
implodindo a vida em eclosão.
Deixando força e destruição;

Montanha d´água a sufocar
os sonhos e a multidão.

Construções desabam:
móveis, tijolos, gente.
Estranho e inesperado pacote fúnebre
tateando o pavor dos incautos viajantes.

Água e lágrimas, em dueto desafiante,
nesta surrealista festa natalina.
Brindando o mundo
com a senha da morte e da dor!

 

 

 

SIMBOLISMO DOS NÚMEROS

Visão picaresca


       Os números somam sete.

Sete dias de criação.
Sete dias da semana.
Sete sacramentos.
Sete pecados capitais.

Número de sorte, ou número aziago?
Imprimi-lo no peito
ou exorcizá-lo?

Se o comando foi divino,
e por conta do destino,

que tal sair de pivete e...
vamos pintar-o-sete?



ESPANTO DUMMONDIANO - INTERAÇÃO

              "Que confusão de coisas ao crepúsculo..."



As sombras buscam a luz.
Não conseguem alcançá-la, mas dela
se tornam inseparáveis parceiras:
a luz, a sombra; a sombra, a luz.

Delineiam a beleza,
criam dinâmicas perspectivas,
retrabalham a luz,
no "chiaroschuro" mágico,
mesmo que dela não ostentem
o brilho e a riqueza.
Beleza e desinteresse para Kant.
Beleza e sexo para os gregos.
Para a humanidade,
beleza pode ser promessa
desdobrada no avesso do espelho,

 

já que projeta,
como no barroco "sfumato",
na sombria composição de suas linhas,
perspectivas mais belas
do que aquelas
que só a aparência
revela.

Belas porque sugestivas,
bela porque promissoras,
na beleza de sua essência.
De sua vontade interior.


(DES)ARTICULANDO:

pílulas existenciais.



Ele e eu,
vida.

Eu, sem ele,
vida?!...

Amor, noves fora dois,
existe?

 

 

*

 

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Página publicada em junho de 2021

 

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Página publicada em junho de 2021


 

 

 
 
 
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